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O uso de CTM no controle da resposta inflamatória

A inflamação constitui um mecanismo de defesa local, exclusivo de tecidos mesenquimais lesados. Porém, a falta de controle dessa reação pode causar severos danos aos tecidos, tornando-a a principal causa patológica de várias enfermidades. As células-tronco mesenquimais (CTM) são um subgrupo heterogêneo de células-tronco estromais que podem ser isoladas de muitos tecidos adultos.  Elas podem se diferenciar em múltiplos tipos celulares in vitro e in vivo, contribuindo para o reparo de tecidos. Além disso, interagem com células da imunidade inata e específica, levando à uma modulação de várias funções efetoras. Após administração in vivo, as CTM induzem uma tolerância periférica e migram para os tecidos lesados, onde podem inibir a liberação de citocinas pró-inflamatórias e promover a sobrevivência de células afetadas (Uccelli et al., 2008). Isto revela uma tendência à imunossupressão das CTM, proporcionando a elas uma função adicional de efeitos anti-proliferativos e anti-inflamatórios. Estudos suportam a idéia de que as CTM além de serem importantes no reparo de tecidos podem, também, controlar a resposta inflamatória decorrente de desordens imunológicas e transplantes.  O uso dessas células na terapêutica celular para inflamações precisa ser melhor investigado.

O objetivo do nosso projeto de pesquisa é analisar o ambiente inflamatório após terapêutica com CTM. Para tanto, utilizamos a esquistossomose mansoni murina como modelo de inflamação.  A esquistossomose, conhecida popularmente como "Barriga d'água", é uma doença causada por vermes do gênero Schistosoma, afetando quase 240 milhões de pessoas no mundo (WHO, 2017). A infecção é prevalente em regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil, sendo aqui causada pelo S. mansoni. A morbidade na esquistossomose mansoni é decorrente de granulomas (inflamação) que se formam ao redor dos ovos do verme depositados no fígado e intestinos do hospedeiro (Warren, 1975). No desenvolvimento do nosso projeto, observamos uma redução significativa no tamanho dos granulomas em camundongos infectados pelo S. mansoni que foram tratados com CTM, após a eliminação dos vermes pela droga praziquantel (PZQ). Estes resultados são promissores e indicam o uso das CTM no controle da resposta inflamatória. (Dados não publicados).

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